De todas as confusões em minha cabeça, a que mais me dá trabalho é o AMOR. Não por nada, é só pela falta de traquejo em saber amar, ou até mesmo de não saber, e me confundo todo.
Tirando as dores e angústia que são inerentes, o que sobre é força. Não sei bem. Eu me pergunto até quando se portar assim, até quando levar essa vida assim, até quando?
Eu vivo não por hoje e nem pra hoje, eu vivo em outro canto, bem longe de aqui, numa atmosfera surreal, imoral, que me completa e me sacia, me vicia.
Quantas tristezas conheço através do meu coração por não ceder e não entender o que a vida pode me dar aos poucos, aliás, os poucos me sustentam, me toleram. O que seria eu sem eles, os parcos poucos!!!
Sem mendigar e nem rastejar luz, o que me estupra e viola é meu par, carne com carne, voraz, inútil e fugaz. É o que completa, o que subtrai, o que dilacera e corrói. O ar rarefeito que putrefaz minha alma, meu gênio, meu ser.
Eu não vivo aqui e minha cabeça não me pertence mais.
Sabor e Dissabores
ResponderExcluirTenho cansado o corpo para dar descanso à alma... e gosto. Afinal, tenho conseguido uma visão tão diferente da vida, tão melhor!
E sinto esta paz.
Passaram-se coisas intensas demais nestes últimos dias, mágicas até. Daquelas coisas, que tenho até receio de acreditar que possam ser verdade. Mas foram... Sinto-o na pele, na memória.
Nas noites procuro sabores que reconheço pelo cheiro em copos sem vida. Procuro a vida em copos sem sabores...
E perco-me em sorrisos que me oferecem e em corpos que se dão e que recuso. Não quero isso, não hoje, não agora.
Sei que estou só por opção...e no entanto tão cheio de tudo. Os amigos que se chegam, os conhecidos que aproximam...os desconhecidos que tanto querem conhecer. E sei que o desejo que me enlouquece é temporário. Não quero corpos que se despedem pela manhã...não quero, querendo. Porque tambem não quero um corpo que fique.
Nas horas de loucura nocturnas, vejo os olhares que me desejam, os olhos que se fixam, os sorrisos...
As insanidades das noites fazem com que os dias tenham horas que lhes invento...só para que tudo não termine agora que o sol já começa a clarear o céu.
No cansaço, olho-me e amo tudo o que sou.
Afinal vivi. Afinal em todos os momentos enfrentei a vida de frente. Afinal ri e chorei nos momentos em que tinha que ser assim.
A vida recomeça a cada dia.
Hoje olho-me num espelho que não mente e sei que escolhi os trilhos errados, mas que na altura me pareciam os melhores. E na verdade, faria tudo outra vez, com a mesma força, com a mesma coragem.
Sei que este patamar onde estou é o topo. Amanhã já não será, mas hoje é...hoje tenho a seriedade de ver o mundo na plenitude de quem sabe que tudo está ao meu alcance. Que me posso dar por amor, que posso recusar amores e mesmo assim, ser feliz. E sou. Sou feliz. Muito. Sou feliz porque percebi.
Posso mudar e escolher sem esquecer tudo o quanto fui. Foram todos os passos que dei que fizeram tudo o quanto sou. E continuo a sonhar...
Do nada aparecem pessoas que nos mostram que a vida não é esperar, é viver...e não viver, esse sim, é o maior pecado.
E a vida, a todo o instante, provoca os encontros...
Como confissão: Vou continuar nesta busca incessante, e aproveitando cada minuto de paz, de serenidade e de felicidade que atravesso... vou beber sabores com odor a eterno, nestas noites que me fazem dilatar a pupila e ter desejos inefáveis.
José Marcelo Ribeiro