domingo, 12 de setembro de 2010

Mário Gomes

Apesar de cortar àquela praça quase sempre, não tenho a certeza de encontrar Mário Gomes. Dei por ele, como todos os cretinos, por um bêbado. Minha vergonha foi tamanha quando soube que comparado a ele sou um nada.
Refeito do engano, ainda um nada, não sei como chegar a ele. Uma pessoa qualquer disse: Oi Mário? Veio à mente: Será que sabes quem é Mário?
Me deu inveja do desapego da citada pessoa.
Em meio a toda uma poluição de vários gêneros, no balançar de cabeça inquietante e estressante do dia a dia, ao longe ví um Mário, em meio à pessoas tão nada quanto eu!
Pelo meio dos ônibus, normal, com pressa, uma fração de segundos, aquela imagem, gravada em minha cabeça me fez refletir sobre algo que até hoje não decifrei.
E no meio de tantas cabeças, ele se fez mais uma cabeça, virou multidão. Me valeu a imagem, era para mim aquilo, Mário Gomes.

Bem cedo...

Desde quando saiu de casa pela manhã, apesar de fazer sempre tudo a mesma coisa, tudo parece ser novo. Eu vejo tudo sempre, nos mesmos lugares, as mesmas pessoas e pelo mesmo caminho.
Eu sou grato por ascender as luzes da minha rua, ninguém ver por esse lado, e perdou tudo.
Tudo é sagrado, até o nervosismo das pequenas coisas. Meus passos são metódicos, certos e seguros, escondem alguém frágil, que se faz forte, e sofre.
Enfim, metade de meu caminho é feito, tudo igual e ainda sinto um medo. Olho à todos, todos os dias, sei que fazem isso comigo também. Me mostro.
Ultrapasso tudo, enfim repouso e recebo para rir, como sou grato.
Quando me desprender disso tudo, quero sentar e lembrar da cidade acordando, das pessoas acordando, de mim acordando.

sábado, 11 de setembro de 2010

Lamentos.

Eu poderia ter morrido alí com toda a alegria do momento, pois eu morreria feliz. Bêbado mas consciente da felicidade.
Apesar que dos dias finais ainda ouví múrmurios, más intenções, continuo no exercício fatídico da compreenção porque desse mal também compartilho.
Morreria feliz por aquele momento e renasceria com todo ódio de agora por ter a cabeça que tenho, eu não me entendo.
Mas vejo que agora é a hora outra, tudo pode ser diferente e mais: Melhor. Tudo caminha para isso. Todas aquelas promessas que faço no meu caminhar em direção ao trabalho, naqueles momentos íntimos, entre eu e DEUS, tudo ao meu alcance e sem perspectiva de erro, sem me entregar a mais ninguém, e sofro.
E sofro.

sábado, 4 de setembro de 2010

Lembranças de mim.

Hoje me dei conta da rudeza cometida por mim há uns 04 anos atrás. Não lembro do rosto de quem me serviu, também não lembro de ter olhado para eles.
Não eram muitos, dormiram tarde, dormiriam depois que nós dormissímos. Eram gentis, experimentei algo bom naqueles dias, mas não os olhei, não sei porquê.
Lendo um livro hoje à soleira de minha porta me dei conta de tal rudeza.
Só me veio isso à cabeça, pela primeira vez não me lembrei do ceú cheio de estrelas, da quadra de esportes fria como convém a noite do interior, nem da música. Sinto falta daquele alimento.
Enfim, hoje tudo é diferente, não poderia ser diferente. Eu quero ficar em paz, quero arrumar minhas malas, seguir em frente, mudar de lugar.
Descobrí que não se pertence às pessoas para sempre.

Ciclos.

As coisas, de pouquinho em pouquinho, vão se "arrumando". Tudo passa, a tranquilidade chega e até o ar se torna mais fresco quando as angústias de outrora desaparecem.
Contemplar o natural de tudo é fantástico, sem desapego, sem dor, como é difícil ser simples. Parece que dói. Só parece.
Apesar de achar que adoro à dois DEUSES, na verdade não faço jogo duplo, eu vivo a vida, do contrário, perco minha finalidade.
Tudo caminha para que todos sejam acomodados e como num fechar de ciclo, voltaremos a estaca Zero.
Que recomece tudo de novo!