quarta-feira, 13 de julho de 2011

Por um dia.

Eu arrumo minhas coisas, minhas malas, minhas lembranças e saio. O que fica sobre a mesa é resto que fala um pouco de mim, de Nós. Arranjos de plásticos, sujos plástico que denunciam falta de vida na própria vida insalubre de ser quem você é ou julgar ser justamente quem pensa que é, e não é.
Na mala, como bom materialista, levo o que sobra de mim, nada se descarta. É como se trocasse de pele e alí também ficasse meus segredos, sem querer dividi-los, os carrego, são meus.
Não há porque deixar parte de mim pra trás, é uma parte mas sou eu, em pedaços, rasgados, mas sou eu. Viajo.
Testei a mais forte consciência livre da palavra, um outro ar entra nos meus pulmões, minha língua, que me prende, que me absolve... que sirva de exemplo!
Não há alegria nisso, ando só desde pequeno, triste, solitário e mal. Mas um dia ouvirão coisas que sairão das bocas outras, que me viram, que me ouviram nos becos sujos, podres e marginais, qual surpresa! Nenhuma.
O que arranha a vida alheia é a vontade de ter, de saber e não ver. A minha tua vida mora aqui, na minha grande e pesada e mal arrumada mala de Eu só!

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