segunda-feira, 30 de março de 2009

Só!

Eu trago comigo uma raiva mortificada guardada por trás de um amor angelical.
Na minha boca mora uma arma carregada de munição pronta pra atirar. Atirar em quem? Pra que? O que me fizeram?
Atirar contra não amo, contra quem quer ser meu dono ou se imagina superior a mim.
Não me agrada a idéia de alguém pegar no meu pulso, se isso acontece, me falta o ar, a visão, o mundo pesa sobre meus ombros.
Tenho raiva dos que se levantam contra mim! Tenho raiva do juizo de valor feito de forma mesquinha. Minha arma está aqui, pronta pra mirar na direção do meu desafeto.
E assim mais um dia dolorido acabou.
Como eu queria voar no pescoço de "uns alguém"...
Dizer tudo que tá bem aqui na minha garganta e sair atirando pra todos os lados.
Como são rídiculos, da Loira à Ditadora.
As nuvens escuras já pairam sobre minha testa, o sabor do fel na minha boca é constante e começo a rir só em pensar na solidão que insiste em me visitar.
O meu coração é de pedra, a minha alma é feliz e as cartas estão na mesa.
Agora, dada a largada de mais uma etapa que só eu entendo, não há mais volta, o tempo que se encarregue dos remendos.

domingo, 29 de março de 2009

Nú!

Eu quero que você me veja nú.
Despido, despudorado, sem qualquer maquiagem relativa, visivel, tangível!
Eu sonho com isto.
Quero que me vejam nú! Antes porém gostaria que os juizos de valores fossem enterrados e os rótulos também.
Queria que alguém entrasse em mim e me sentisse, sentisse o turbilhão da minha cabeça que é confuso.
Nos passos que se seguem o meu coração é solitário, não há o que dizer e nem o que explicar, a solidão é contínua e nisso o que me resta é a simples e eterna contradição de uma fraude existencial.
Por vezes nem eu me entendo, queria saber o que é isso! Os rompantes de memória, os afagos, os espaços em branco, nem eu sei dizer o que quero da vida.
A minha alma grita no meio da sala, ninguém me ouve, ninguém me toca, a tristeza é minha companheira e saber o que fazer com ela é o meu dilema.
Ultimamente só uma coisa me trás de volta pro mundo: é quando chego em casa e beijo cansadamente e de mal humor a testa do meu sobrinho.
Ele não tem culpa, se quer entende a corrupção da vida e com certeza não sabe o efeito do seu cheiro no meu nariz. Isso acalma a fera.
Essa é a minha droga, a minha morfina.
Eu, nú, desprovido de qualquer defesa tal e qual meu sobrinho, ando só, vivo só e morro só sempre!
Ele mais salvo do que eu tem tudo pra nem em sonho ser cruel como o tio. Minha mãe não falhou, a mãe dele também não falhará, o problema sou eu.
Eu nú.

Sereno!

Através da sala que tem uma vidraça que me barra, vejo um vão que segue a uma parede que possui duas pequenas janelas onde vejo a chuva.
A chuva que num passado próximo me assombrava, me arruianava, que me perseguia já não me é mais tão nociva.
Agora eu posso sentir o seu frio, o seu sentimento, eu a respiro. E com jeito ainda assustado me surpreendo com ela.
Ela cai forte, serena, impiedosa só pra eu ver, só pra eu sentir como se de alguma forma ela quisesse ainda mandar em mim.
Ela é agora totalmente água, só água, seja torrencial, seja neblina, já não me assusta mais.
Eu paro tudo e corro pra vê-la, contempla-lá.
Eu me vejo em todo canto como se eu corresse, não dela mas pra ela. Como já disse, ela já não me assusta mais.
Só a sombra do passado me assusta, ela vem pra me lavar.

sábado, 28 de março de 2009

Diário da Rotina

Enfim, o que me parecia irresistivel voltou para seu lugar, voltou ao nada, o nada convincente, aquele que eu escondo por trás da máscara que é presa ao meu rosto.
Ela já não sai mais, começou com um pensamento e hoje sou eu, feito, reformado, reformulado e nú.
Não que eu tenha alguma coisa contra roupas, o ser humano é nú. Nú te intelecto, de alma, nú até de entendimento e ele se "queima" por nada.
De pouco em pouco eu volto a fazer as pazes comigo mesmo, com meu quarto, com meu escuro universal.
Eu não tenho coração, com o passar dos tempos desenvolví dentro do meu peito esquerdo um sistema único de circulação sanguínea substituindo o orgão amoroso.
Eu choraria se eu soubesse, ainda não sei, nem sei se posso aprender, mas o que acontece entre o tela do computador e a cadeira onde estou sentado é que nem eu sei quem sou, como sou.
Uma fraude talvez eu seja.
Falta-me um amor...

sexta-feira, 27 de março de 2009

Por: Língua Ferina!

Eu não tenho obrigação de ser bom pra ninguém! Não tenho a necessidade de agradar a ninguém e odeio na medida do tempo que me sinto obrigado a seja lá quem for!!!
Sinto vontade de cortar meus braços na ânsia de não dever nada. O ódio por 02 dias inteiros reinou na minha alma, pesou sobre meus ombros e contemplar o tempo me ardia da retina à derme.
Só eu, somente eu sentí e burro ví que era quando dei por mim um babaca de chinelos acabados.
E o tempo passou, eu me acostumei com a minha nova realidade e as noites já não eram mais minhas inimigas.
O tempo é meu amigo e egoísta eu sou quando me revolto com as coisas boas que tenho e agora agradeço a Deus por ser um covarde e não ter cortado meus braços.