terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

A Felicidade não é o meu forte!

A Felicidade não é meu forte, eu falo outra língua, o que me anima é triste. O vazio de minha casa mostra o tempo do meu coração, dói sentir paredes brancas e frias, meu peito.
E não há nada, nada em mim, nada em casa. Meu cativeiro, meu peito. Meu mundo silente e imaginário corre por entre veias que me sufocam e me libertam, preciso da morte para viver.
Preciso da mentira diária, minha dose cavalar de hipocrisia. Hipocrisia que me castiga e me corrói. Não vivo sem ela. Sem ela a beleza é vaga, é fugaz. Tudo é descartável em meu coração por conta do AMOR.
O que vejo pela janela de mim são traços de uma alegria disfarçada que teima em pesar sobre mim, borboletas de papel, frias, brancas, leves. Um traço de consciência da beleza relativa do tempo.
Não há tempo para o AMOR, não agora. O que quero, busco em algum soneto de descanso, descanso livre de dor, dor umbilical presente nas vestes do mendigo de mim.
A minha beleza é atemporal, não se cultiva, não tem rosto,  é guardada nos pés, pés que me sustentam pelo leve pensar da linha imaginária da existência da vida. Vida, já não tenho mais.
Flores descartáveis é o que ofereço!

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Paradoxo

Pelas ruas dos meus pensamentos ultimamente não tem passado nada. Incrível. De sorte, poucas sombras, sombras de pedaços de lembranças. Me perco sozinho, como sempre fui!
Não há perigo na solidão, o que se teme é a própria solidão e me deparo com a mediocridade alheia.
Simples palavras, somente palavras não salvam ninguém, eu preciso de mais, eu condeno. Condeno pelo modo falso de se portar, condeno a presença do passado que nada mais diz, condeno e sub julgo a importância descartavél de certas presenças.
Isso vai muito mais além quando escrevo e penso em uma pessoa, vai muito mais além e na minha cabeça começo a contar nomes que até então eu julgava serem gentios.
Aponto nos outros o que em mim se derrama em conta gotas, mato o hipócrita e cultivo inimigos. A verdade não é pra todo mundo.
Limpo meus pés e sigo, volto pro começo do post e uma palavra me veste: solidão.
Não é surpresa, minhas roupas já não dizem muito de mim e meus dedos bebem de uma água morta, eles voltam a falar, aprendo a andar e descubro a felicidade em um momento de descuído. Perfeito!

MÃE

Alegria simples é alegria gratuita, isso eu tenho nos instantes com minha MÃE. MÃE é outra coisa, é um mundo infindavél de descobertas, ser filho é padecer no paraíso.
Eu olho o rosto dela, conto as rugas, escuto as rugas, lembro de um passado que não teima em retornar, para o descanso dela.
Lembro de tudo, até do que ela já não se lembra mais e me prendo cada vez mais a ela, girando ao redor dela.
Nisso tudo me perco no tempo, em um tempo em que a lógica era coisa menor, uma Era de descontentamentos, de tristeza, minha MÃE, rocha de outro dia agora só minha MÃE.
Eu revisito tudo, até partes da minha vida guardadas em baús seculares Perto de minha MÃE quase tudo é possível, ela tem algo que acho que é algo comum às MÃES, não sei. E sendo já responsável pelos meus atos, estou eu aqui ligado a ela por um cordão umbilical invisível como se eu temesse algo por perdê-la, e temo.
Por esses dias tenho declarado meu amor à ela, claro que ela não entende, eu falo com outras palavras, ela só rir. É o máximo que consigo fazer.
Faço essa confissão porque sei que meu mundo será diferente sem ela e hoje, aqui, amo a presença dela. A extensão do meu corpo, do meu ser, minha MÃE.
É confissão mesmo, virou um diário pelo menos nesse post.

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Fim

Eu falo pelos dedos, minha garganta não é mais minha única saída. Falo pelas mãos. Minha voz agora é afõnica, estranha como ovelha desgarrada. Não sei o que é de mim.
Falta-me voz nos dedos, nas suas pontas, minha garganta é meu punho. Estou mudo.
Procuro minhas forças olhando para os "irmãos", vislumbro tudo, o que vejo não passa de pensamentos, tristes pensamentos.
Agora estou cá, sinto na força da solidão o combustível para seguir, para algum lugar qualquer, para dentro de mim. Tristeza não é incentivo pra ninguém. O que sou?
Não dou por mim nada mais, sou só. O meu vazio é largo! Ando forçosamente por sobre a Terra, pesando sobre ela carregando meu lastro da inquietude desnuda de um vento frio solitário que corta minha face. Falo por entre paredes, entre tempos.
Agora, caí por sobre essa Terra os resquícios de bem querer, bate-se à porta a ingratidão, por fim, sabe-se quem és, quem verdadeiramente és.

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Um lar.

A tristeza que mora em meu coração não pode ser descrita. Apesar do sofrimento que entope minha garganta, é o dever de um coração apaixonado seguir em frente, só, quando sua sombra é vadia.
Mais do que vadia, minha mente, minha alma, tudo necessita de tempo. Como eu queria que tudo pelo menos uma vez fosse do jeito que eu quero.
A insensatez latente de um espírito mundano me faz crer que corro com peso nos pés. É como um sonho, um pesadelo. O mar, não me sinto no mar, queria ver o mar, ver sob minha idéias. É uma sede incessante.
O amor causa isso mas não posso falar de amor, a minha visão é deturpada, exagerada e sombria.
Sem planos pro futuro, o que me resgata é o frio da sujeira presente nos rabiscos de minha alma, confissões perdidas num quarto vazio, limpo da miséria hipócrita abastarda e solitário.
Ficarei só, nú e só.