sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Fim

Eu falo pelos dedos, minha garganta não é mais minha única saída. Falo pelas mãos. Minha voz agora é afõnica, estranha como ovelha desgarrada. Não sei o que é de mim.
Falta-me voz nos dedos, nas suas pontas, minha garganta é meu punho. Estou mudo.
Procuro minhas forças olhando para os "irmãos", vislumbro tudo, o que vejo não passa de pensamentos, tristes pensamentos.
Agora estou cá, sinto na força da solidão o combustível para seguir, para algum lugar qualquer, para dentro de mim. Tristeza não é incentivo pra ninguém. O que sou?
Não dou por mim nada mais, sou só. O meu vazio é largo! Ando forçosamente por sobre a Terra, pesando sobre ela carregando meu lastro da inquietude desnuda de um vento frio solitário que corta minha face. Falo por entre paredes, entre tempos.
Agora, caí por sobre essa Terra os resquícios de bem querer, bate-se à porta a ingratidão, por fim, sabe-se quem és, quem verdadeiramente és.

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