domingo, 18 de janeiro de 2009

Morte.

Jamais esquecer o que o meu copo de cerveja diz e sempre se lembrar da cor do verão nas tardes de solidão onde tudo parece ser tão limpo e cômodo.
Tenho receio de lembrar da minha infância, parece que não tive! Passou tudo tão rápido, as brincadeiras pareciam pecados, sem presentes, sem surpresas… Na minha antiga classe social não existia Papai Noel ou coelho da Páscoa, quer dizer, existia, afinal no dia seguinte dessas datas eu sempre comprovava isso, afinal, os garotos da rua que tinham famíia com dinheiro, sempre apareciam com seus brinquedos.
Quando dei por mim, eu já era um adolescente e continuo a não querer lembrar da minha infância, talvez seja por isso que todos me olham e dizem que o tempo me é útil, pareço ter 22 quando na verdade ja estou entrando nos 30.
Agora sinto que por vezes e em espaços metódicos a vida me dar e me revela momentos que dizem que sou um adulto.
Nas manhãs que me animam, reflito pela janela do ônibus a vida, tão relapsa, tão conturbada, tão cheia de surpresas que noto que na realidade quem a não entende sou eu e noto o quanto sou fulgaz.
Se eu parar pra pensar o quanto meus problemas são facéis de resolver eu não teria tantos problemas, mas o fato é que fazer problemas encima dos problemas é o grande mote da vida.
Por muito tempo me sentí morto, talvez pelo ato fato de não ter tido e ou então, se tive, não enxerguei os tempos que penso que não tive. A infância, a juventude… de repente, sou adulto… com ordem cronólogica adulta e o corpo diz junto com o tempo que sou apenas um menino.
Foi-se os amigos, os inimigos, os casos, os percauços, as brigas, tudo parece tão recente! na realidade me estive morto só pra mim, tive a impressão de enganar o tempo. Lêdo engano, ele me enganou, trapaceou comigo e hoje me cobra o que é seu.
Por isso, jamais esqueço o que a verdade relata quando olho o meu copo de cerveja. Alí, vejo o garoto e o adulto. Como pode um garoto tomar cerveja e um adulto se sentir errado por tomar cerveja? Os contrapontos são a sentença da minha mente que o tempo me faz morrer.
O que me é mais satisfatório é continuar pensando que engano o tempo. O futuro vai ser o presente, o tempo vai continuar me cobrando, eu vou continuar devendo e o que eu vou colher no fim de tudo vai ser apenas memórias.
Surdas, mudas e mortas.

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